NSCLC

27/01/2020

Esta postagem foi modificada inspirada e baseada nas informações do "Diccionario de dudas y dificultades de traducción del inglés médico" (3.ª edición) do Dr. Fernando A. Navarro disponível aqui.

Tradicionalmente em português usamos a tradução literal não recomendável de non-small cell lung cancer, a saber, *câncer de pulmão de células não pequenas* ou *câncer de pulmão de não pequenas células*, ambas decalques da língua inglesa cujas raízes saxônicas diferem inteiramente das nossas.

Algumas ponderações merecem ser feitas em relação a isso.

Na linguagem médica das línguas românicas, dentre as quais o português, usamos prefixos, radicais, sufixos e desinências gregos (os saxônicos são pouco afeitos ao helenismo), com suas evoluções latinas e de outras línguas românicas  ao longo dos séculos.

Ou seja, temos um processo de formação das palavras da linguagem médica.

Neste caso estamos falando de vários tipos de câncer (ou carcinoma) de pulmão (ou pulmonar, brônquico ou broncopulmonar) cujas células (grego: cito, kútos,eos-ous, cavidade ou célula) não são pequenas (grego: mikros, μικρός, pequeno).

Podemos então ter recurso a duas alternativas linguísticas: dizer que as células não são microcíticas ou que são amicrocíticas (o prefixo grego "a- ou an-", ἀ-/ἀν-, significa negação, privação, oposição e contradição), deixando claro o sentido do nosso termo: as células não são pequenas.

Além do mais, como ressalta Navarro no seu dicionário, *câncer de pulmão de células não pequenas* é uma expressão muito genérica para englobar todos os carcinomas  broncopulmonares que não são do tipo microcítico, consequentemente é uma expressão pouco informativa, não é vernacular e não obedece às regras clássicas de formação dos vocábulos médicos.

Portanto a recomendação é o uso de carcinomas broncopulmonares não microcíticos, carcinomas pulmonares amicrocíticos ou carcinomas pulmonares (ou broncopulmonares) sem microcitose.