Medical practice

07/09/2020


Embora as memórias de tradução discordem, a medicina é um ofício que se exerce, não se pratica.

No nosso país, o exercício da medicina é fiscalizado e normatizado pelo Conselho Federal de Medicina e fiscalizado e amparado pelos Conselhos Regionais de Medicina. Todos zelam para que a conduta profissional do médico esteja em conformidade ao Código de Ética Médica  (que tem força de lei) e às diretrizes mais atuais de conduta das sociedades de especialidades.

A Lei 12.842 dispõe sobre o exercício da medicina.

São inúmeros os locais e tipos de atuação profissional do médico, tanto em termos de atendimento médico (medical care), como na pesquisa básica (basic research — bench science ou bench research: ciência ou pesquisa de bancada), na pesquisa clínica (clinical research) — conhecidas como medicina experimental, pesquisa aplicada ou pesquisa translacional ("bench to bedside": da bancada à beira do leito), nas atividades acadêmicas, na indústria, na perícia técnica, na assessoria técnica, na saúde pública, na gestão de unidades de saúde, na revisão técnica de textos médicos, na redação de livros-texto, tratados de especialidades, artigos acadêmicos, etc.

O atendimento médico em geral se faz em:

  • Consultório ou ambulatório: acompanhamento (follow-up) de pacientes que não estão hospitalizados ou pacientes ambulatoriais (outpatients).
  • Clínicas ou Unidades de Pronto-Atendimento (UPA): atendimento imediato de casos de baixa a média complexidade.
  • Hospitais gerais, hospitais universitários ou complexos hospitalares: internação hospitalar* para o tratamento de casos de alta complexidade, cirurgias, tratamentos complexos, etc..
  • Instituições de longa permanência: pacientes que precisam da infraestrutura hospitalar e não têm acesso ao homecare, que é um serviço que traz essa infraestrutura para a casa do paciente.
  • Atendimento pré-hospitalar: ambulâncias equipadas como unidades de tratamento intensivo.
  • Atendimento domiciliar: o médico vai à casa do paciente; nesta categoria se inserem todas as formas de atendimento médico em que o médico vai ao paciente e não o contrário.

O paciente dá entrada (is admitted) em uma unidade de saúde e após avaliação e/ou tratamento é liberado ou é internado*. Caso seja internado, ao término da internação recebe alta hospitalar (home discharge).


*Evitar dizer que o paciente "foi admitido" (was admitted) em um unidade de saúde, porque isso implica a possibilidade do seu oposto — não ser admitido. Embora não admitir o paciente por falta de plano de saúde ou recursos financeiros para custear o seu tratamento seja prática corrente nos EUA, no Brasil isso não existe, pois temos um Sistema Único de Saúde público que assegura o acesso universal à saúde a qualquer pessoa, cidadã brasileira ou não. (No Reino Unido e no Canadá eles também têm sistemas públicos universais, mas com algumas diferenças.)